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Foto: Jocélia da Rocha Barreto |
Pintura, artesanato, cores e alegria de viver representam cada etnia
indígena no Brasil. Pensando em homenagear e trazer uma gama de conhecimento
para a sociedade, o Centro Cultural Povos da Amazônia.
O espaço fica localizado no bairro Distrito
Industrial, zona Sul de Manaus, traz uma exposição gratuita de 8h as 14h de segunda a sexta-feira, aos
interessados na temática, conforme explica o indígena da tribo Arawak, etnia Dessana, Miguel Lana.
“O povo indígena tem muito conhecimento e sua cultura é um exemplo”,
conta Miguel Lana, que explica o
costume, cultura, arte, entre outros itens que fazem parte do cotidiano
indígena, presente dentro da Maloca Arawak.
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Foto: Jocélia da Rocha Barreto |
Mas para quem não é do estado do Amazonas ou até mesmo da região Norte,
se depara com termos e palavras diferentes como maloca que significa mãe, por
isso nada de ruim acontece com os índios em virtude da sintonia e respeito com
a natureza, ou seja, vivem em harmonia com a natureza e cada parte da maloca
evidencia o a fauna, com formatos de jacaré, arraia e jabuti.
Na maloca existem
ainda duas portas uma maior no leste para os homens entrarem pela direita e receber
a bênção e proteção dos deuses, e outra porta menor no oeste, onde as mulheres
entram e recebem também a bênção e proteção dos deuses.
Crenças
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Foto: Jocélia da Rocha Barreto |
A educação dos indígenas era da seguinte forma, uma escola para as
meninas adolescentes e uma escola para os meninos adolescentes, as mulheres
ensinam as meninas e os homens os garotos. Para curar qualquer tipo de dor e
doenças os indígenas fazem os remédios caseiros.
A oca que é de formato oval é feita com fibras de arumã feitas por
mulheres indígenas artesã, e os espaços que contem nela, são chamados de gomo
ou tupé, são diferentes cada um tem um significado um sentido diferente, ou
seja, a floresta, a chuva, as formigas, enfim cada um representa um elemento da
natureza, 36 sentidos 36 tupé 36 significados.
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Foto: Jocélia da Rocha Barreto |
Entrando na oca, o visitante faz uma encantadora viagem onde o presente
e o passado caminham juntos. E tem como primeira parada o mapa onde evidencia o
rio Amazonas, que é considerado o maior do mundo, tanto por extensão quanto por
profundidade.
Logo após, há uma exposição simbológica de animais da região Norte, o
boto, surubim, onça, entre outros. Já na parte interna da oca pode ser
visualizada a exposição “Filhos da Nossa Terra” de Felipe Letterten. É uma
mistura de arte, mistério, não tem como não se deslumbrar pela magia deste
lugar que de forma simples trouxe um pouco de cada tradição etnia indígena,
seus hábitos, costumes, artesanato, o mesmo fez esta exposição usando várias
materiais como argila, argamassa, fibra de vidro e o bronze.
Felipe Letterten quebrou alguns paradigmas tendo em vista a rivalidade
existente entre o índio e o branco. Felipe admirador da cultura indígena fez
está linda homenagem para os indígenas, conversando com os mesmos através de
mimicas.
Ao fazer esta exposição Felipe estava querendo que a população em geral tivesse
um olhar diferente para o outro lado do nativo indígena e que devíamos ter o
respeito com um povo que só contribuiu para o desenvolvimento do mundo e temos
que aprender a olhar, respeitar, pois hoje esta cultura esta mais extinta está
perdendo muito seus valores indígenas.
Cultura
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Foto: Jocélia da Rocha Barreto |
A cultura indígena é pura arte, tudo é construído de forma artesanal onde
um simples se torna grandioso e um exemplo disse são os cocares indígenas
usados somente pelos indígenas do sexo masculino, pois os mesmos possuem um
grau de importância maior do que o das mulheres em sua cultura e quanto maior o
tamanho do cocar mostra a importância deste índio dentro de sua etnia.
A casa da farinha se torna um momento onde o povo indígena se reúne para
conversar e trabalhar com a mandioca de forma artesanal e fazer a farinha,
tendo como utensílios o paneiro, o tipiti o forno, entre
outros artefatos.
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Foto: Jocélia da Rocha Barreto |
Os indígenas nos
deixaram um grande legado de apreciar o belo fazer uso e cuidar. Os índios não
somente aprenderam a viver na natureza como aprenderam a sentir a mesma e dela
tirar somente o necessário para sua sobrevivência.
Hoje o que se vivencia é a
perda dessa cultura que há anos vem se consolidando a viver de forma similar ao
do homem “branco” no mundo, todavia, de forma simples, saudável, feliz, com
saúde e em harmonia com o bioma amazônico, se tornando um exemplo de
organização social.
Esse
espaço de arte é uma oportunidade em se adquirir conhecimento, cultura, e aprendizado.
A concepção de vida do visitante vai mudar. Essa atitude só leva
o homem a acreditar que a esperança das desigualdades é usar a linguagem do
amor, e que desta forma se pode transformar o mundo.
Reportagem:
Adriano Bittencourt, Daniel Corione, Jocélia
da Rocha Barreto, Jucianny Almeida, Railson Rocha e Saulo Candeia.
Fotos: Jocélia da Rocha Barreto